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quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Invenções. Melhor não inventar tanto!

Sempre admirei inventores. É impressionante a capacidade que esses seres têm de solucionar problemas humanos com simplicidade e criatividade. Você não cheira bem? Pronto! Tem um cara que desenvolveu o desodorante para facilitar a sua vida. Você odeia cortar batata? Liga pro 1406 que certamente alguém inventou algo para você não precisar descascá-las.

Enfim, hoje em dia não consigo ver mais nada que possa ser inventado. E a maior prova disso é que já estão reinventando os produtos pela segunda vez. Parece até aquelas refilmagens de filme preto e branco: a idéia era ótima em 1956, mas hoje precisa dar uma adaptada senão ninguém agüenta. Moral da história: as novas invenções servem para melhorar as antigas.

Por exemplo, o palito de dente. O cara que inventou na época era um gênio: uma madeirinha descascada e, pronto, seu dente estava “limpo”. Deve ter vendido milhões. Daí com o passar dos anos, chegou um espertalhão e inventou o fio-dental, que tem o mesmo principio do palito de dentes só que melhorado. Acabou que ele vendeu bilhões e ainda fez o inventor da idéia, aquele que descobriu e solucionou o problema de carne no dente, morar na sarjeta. Diz agora pra mim quem é o gênio? O do palito, coitado, é até humilhado por ter inventado um produto tão antiquado. Bem injusto.

Bom, até aí beleza, pois os produtos, por mais que sejam variações de outros, funcionam bem. Agora o que não me entra na cabeça são aquelas idéias que têm como única função o seguinte: não funcionar. Pior que tá cheia delas por aí.

Não da pra entender como uma pessoa, depois de observar um problema, fazer milhares de reuniões, analisar idéias de todos os jeitos, chega a uma brilhante solução de criar algo incrível e nada funcional como o picote de papel. Isso sim não me entra na cabeça. Se você já foi a um banco ou correio já deve ter percebido que nunca, ainda mais na pressa, é possível abrir um envelope perfeitamente utilizando o picote. Sabe aquela marquinha que já vem certinha para rasgar sem precisar usar a tesoura?

Então, use a tesoura. Porque tanto um cara com Alzheimer quanto um cirurgião plástico não conseguem abrir aquilo perfeitamente de primeira. Sempre o começo dá certo, até que chega depois da metade e você estraga tudo. Rasga papel e se sente um retardado por não ter conseguido seguir a linhazinha tão simples e feita pra dar certo. Mas aí é que tá: foi feito para não funcionar. Invenção bosta. Outro exemplo? Embalagem de presunto ou peito de peru. Desista de abrir onde estão pedindo. Sempre abre melhor do lado oposto.

Outra invenção que acho sensacional é plaquinha de piso molhado. Começou a chover e o chão do shopping molhou? Fica tranqüilo que você não vai escorregar. Vai ter uma plaquinha amarelinha com um bonequinho escorregando para te avisar. O engraçado é que ela é desnecessária. Pensa comigo: o funcionário assim que percebe uma gotinha no chão sai de sua posição, atravessa o shopping inteiro, vai até uma espécie de almoxarifado, tira todos os rodos, toalhas e papéis absorventes do caminho para achar uma plaquinha que previne seu escorregão. Caramba, por que não seca logo de uma vez o molhado? Seria preguiça? Não, a resposta é mais simples: porque aí as plaquinhas não teriam função nenhuma.

E tem muitas outras invenções que não servem para nada, a não ser pra dar migué: marcador de página sendo que todo livro atual vem com orelha, cortador de pizza ( usa a faca que dá no mesmo), lingueta de tênis, disco laser, pesinho de papel ( já ouviu falar em gaveta?), prendedor de gravata, porta-treco ( olha que invenção magnifica: uma caixinha pra você guardar coisas que não sabe a função), pesinho para não bater a porta, enfim, muitas outras.

Ou seja, invenções que não dão certo e/ou não têm utilidade importante. Mas migué mesmo deve ser quem trabalha em fábrica de extintor de incêndio. A função dele é vender um produto que dificilmente vai ser usado. Quase que uma vez a cada 35 anos, dependendo da estatística de incêndio ou de alunos do ginásio que não tem o que fazer. E já que dificilmente vai ser usado, quem garante que não foi feito nas coxas? Quem compra não testa mesmo.

Ahhhhhh, e antes que você fale de padrão de qualidade, lembre-se: estamos no Brasil.

Se você é um desses pseudo-inventores, faço aqui o meu apelo: por favor, inventem uma maneira simples e prática para alguém colocar aqueles galões de água no filtro. Pense na Dona Gertrudes, 93 anos e morando sozinha. Ela precisa beber água, mas nunca deve ter feito supino. Essa seria a invenção do século. 

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